Vida e obra de Narcisa Amália
28/03/2017

Gonçalves Dias, José de Alencar, Castro Alves, Machado de Assis… o estudo do Romantismo brasileiro geralmente foca os autores clássicos e já conhecidos. Mas a 2ª série do Ensino Médio foi além. O ponto de partida foi um trabalho de pesquisa sobre poetas românticos não canônicos, feito nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura, com a professora Aline Bernar e o professor Tigran Magnelli. Ao aprofundar a pesquisa literária, um grupo de alunas da 2M3 descobriu Narcisa Amália, poetisa do século XIX, uma das únicas mulheres que conseguiu ser publicada na época. E para que todos conhecessem Narcisa, as alunas apresentaram uma peça sobre a autora.

 

A poetisa foi a primeira mulher a se profissionalizar como jornalista, criando depois “A Gazetinha”, que seria uma “folha dedicada ao belo sexo”. Narcisa foi ativista republicana, feminista e abolicionista. Ainda foi professora e separou-se duas vezes. A aluna Raphaela Picorelli conta: “Ela produziu muito em vida e por conta dos dois divórcios e da publicação de suas obras, sofreu tanta opressão que se exilou em São Cristóvão”.

 

As alunas fizeram a pesquisa, o roteiro, o figurino e até a idealização e produção de toda a peça. Nela, contaram a vida da autora em dois momentos distintos, na sua juventude, como ativista, e na sua velhice, já afastada do mundo intelectual do qual fez parte. O trabalho motivou as alunas a fazerem a apresentação, principalmente por conta do papel que Narcisa desempenhou na história e na literatura. A aluna Nicole Taylor, que a interpretou na fase final de sua vida, afirma: “É importante mostrar que a mulher no século XIX também teve uma participação na imprensa e no Romantismo brasileiro”.