Entre as ruas e vielas, bicicletas de várias cores e tamanhos partiram em alarido festivo. Na manhã morna de sábado (19) a ciclovia de São Francisco foi ocupada pelas famílias dos alunos do Maternal ao 1º ano do Ensino Fundamental. Foi o Passeio Ciclístico em Família, um convite aberto para um tempo de integração que estreita não apenas os laços entre as famílias e a escola, mas também instiga a apropriação e efetiva utilização do espaço urbano no âmbito do projeto Criança Cidadã.
De posse de suas bicicletas, vestindo roupas apropriadas e acessórios de segurança, os pedais giraram até quase Charitas, percorrendo as ruas e ciclovias de uma cidade aberta para contemplação de suas belezas. Depois disso, as famílias tinham um ponto certo: a Praia de São Francisco. Lá, a faixa de areia entre o mar e o calçadão ficou pequena para tanta diversão. Teve SUP e música embaixo do coqueiro. Vôlei e capoeira. Slackline e handbeach. Queimado e muita construção na areia. Tudo preparado com muito cuidado para que todos aproveitassem plenamente.
Gabriel Alves, pai do aluno do Jardim 2, Arthur, veio de Santa Rosa para a escola com seu filho na garupa da bicicleta e acompanhou todo o cortejo até a praia. Cansado, mas visivelmente feliz, relatava: “Foi muito legal a proposta. Tira a gente do sedentarismo, ativa a circulação, nos coloca em movimento, estimulando a atividade física em companhia das crianças”.
Na areia, as crianças acharam de tudo um pouco, inclusive novas formas de brincar. Pelo olhar das crianças, a natureza e a cidade se misturavam com fantasia e imaginação. Bento Dantas, do 1º ano, descobriu o poder da água na sua construção na areia: “Vamos pegar água, porque com a água a areia fica”. Bernardo Gregg, da J3T1, fez com seus amigos um grande vulcão. “Cavamos tanto que achamos uma raiz na praia”. Já Lorena Costa, da mesma turma, conta: “Brinquei de caça ao tesouro e achei uma concha”.
Nesse grande encontro entre família e escola, criança e espaço urbano, as experimentações e as vivências tornam as crianças agentes em suas comunidades. As relações travadas entre a infância e a cidade estruturam os eixos de pertencimento e identidade. E são fundamentais para a construção da cidadania.