O ano que não terminou
12/04/2018

“Para que se potencialize a força dos fragmentos, é preciso que se reúna as peças do quebra-cabeça”. A reflexão sobre 1968, o “ano que não terminou”, a qual versa sobre sua memória que ainda resiste, foi dita pelo professor titular de História Contemporânea da UFF, Daniel Aarão Reis. Daniel foi convidado para ministrar uma palestra sobre o Cinquentenário do Ano de 1968 para os alunos das 2ª e 3ª séries do Ensino Médio, abordando o nascimento e ganho de força de movimentos sociais da época, suas transformações e perpetuação das lutas até os dias de hoje.

Temas como o Movimento Feminista, Panteras-Negras, Revolução Cultural Chinesa, Ofensiva Vietnamita aos EUA, Movimentos Estudantis, Maio Francês, Olimpíadas e AI5, fizeram parte das falas de Daniel que apresentou as rupturas de paradigmas da década de 1960. Dentre elas, destacou-se a transformação de consciências na busca e conquista de espaço social. A luta deixa de acontecer por guerrilhas armadas e passa a organizar-se na busca por direitos amplos.

Uma época que não foi vivida, mas que ainda pode ser sentida hoje, as lutas iniciadas em 68 suscitaram questionamentos a respeito do que mudou no empenho desses movimentos e o que permanece. Daniel explica: “A forma de luta é a mesma iniciada em 68, mas hoje se luta contra tudo, a luta é múltipla. A pauta das manifestações foi ampliada e conduzida à fragmentação. Assim, o desafio agora é articular o processo de lutas sem que cada uma das causas perca a sua especificidade”.

Para o Coordenador do Ensino Médio, Marcello Rangel: “O tema está presente em todos os periódicos este ano, TV, jornais e revistas vão relembrar os eventos a todo momento. Ter podido contar com as análises de um especialista amplia e enriquece bastante nossas aulas nessas séries”.