Corredor Cultural do 9º ano
14/06/2016

13406836_561049297411123_1198977823494139628_nA responsabilidade social é um valor fundamental para uma formação cidadã. Guerras e conflitos ao redor do mundo geram crises humanitárias e levam um grande volume populacional a pedir asilo em outros países. O Brasil tem recebido muitos refugiados que vêm de vários lugares do globo. São pessoas que deixaram para trás uma história de morte e privações em busca de uma vida melhor em terras distantes. Os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental tiveram oportunidade de conhecer de perto essa história no Corredor Cultural ao Cáritas-RJ, ONG que trabalha com o acolhimento e assistência aos refugiados.

Além de levar doações, os estudantes tiveram a oportunidade de conversar com os congoleses Charly Kongo e Mireille Muluila. Charly, com fala extremamente articulada, contou aos alunos a história da guerra na República Democrática do Congo, que já dura 20 anos: “Nosso país era um Estado democrático e pacífico. O conflito em Ruanda nos mergulhou em uma Ditadura e em guerra. A democracia é tão frágil. É importante que vocês, jovens, lutem por ela acima de tudo”. Já Mireille tocou os alunos com o relato espantoso das consequências da guerra para as mulheres: “Na África, o corpo da mulher é sagrado. Por isso, somos as primeiras a ser violentadas em caso de conflitos como uma forma de agredir o oponente”.

A professora de História, Priscila Aquino, que acompanhou o grupo, diz: “A crise humanitária do Congo é longa e duradora, mas pouco sabemos dela, já que ela não é tão midiatizada quanto a da Síria”. Já a aluna Giulia Godolphim conta: “Achei os relatos impressionantes e comoventes. Não sabia sobre a história do Congo e que lá estupros, como o que chocaram o Brasil, são comuns. E ninguém no mundo faz nada contra isso”. A aluna Ana Clara Poquechoque completa: “É uma guerra silenciosa e por isso mais cruel, já que a partir do momento que você não sabe do que está acontecendo, não pode ajudar o outro”.

A construção de uma educação mais humana e de um mundo mais solidário se faz de grão em grão. Que a fala dos refugiados tenha conseguido semear alguns grãos de empatia e responsabilidade social nos nossos meninos e meninas.